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Whitespark Local Search Ranking Factors 2026: tudo que você precisa saber sobre o maior estudo do mundo sobre SEO Local

Acaba de ser publicado o Local Search Ranking Factors 2026, da Whitespark — o estudo mais respeitado do planeta quando o assunto é SEO Local.

Todos os anos, Darren Shaw, CEO da Whitespark, reúne os maiores especialistas do mundo — nesta edição foram 47 profissionais — para responder uma pergunta decisiva para o varejo físico:

O que realmente faz uma loja aparecer nas primeiras posições dos resultados das buscas locais do Google e atrair mais clientes até ela?

Extremamente rico em detalhes, o relatório deste ano trouxe evidências claras de uma mudança importante no algoritmo de buscas locais: reputação, engajamento, consistência e — principalmente — experiência do cliente aumentaram o peso no conjunto de fatores.

Isso muda a forma como o Google enxerga o mundo físico a partir do digital para decidir quais lojas merecem aparecer no exato momento em que o consumidor está pronto para comprar.

Neste artigo, interpreto os principais resultados do relatório sob a ótica do varejo brasileiro, incorporando também insights e padrões observados pela Harmo, que diariamente coleta e processa dados de mais de 50 mil lojas em todo o país, um volume que nos permite identificar tendências reais no comportamento do cliente e como isso se transforma em reputação e fluxo. Meu objetivo é tornar o relatório aplicável. Mostrar por que esse tema precisa entrar de vez no planejamento de marketing das empresas.

Tem muito dinheiro sendo deixado na mesa.

Fato: o Google agora prioriza sinais humanos, não apenas sinais técnicos

Uma das conclusões mais importantes (e surpreendentes) do estudo é a mudança de paradigma revelada pelo comportamento do algoritmo.

Os fatores mais técnicos continuam importantes, mas perderam protagonismo para algo mais simples e poderoso:

Tudo que se conecta com a experiência real vivida pelo cliente na loja.

No relatório, dois grupos cresceram mais do que todos os outros no Local Pack/Maps:

  • Review Signals (recência, frequência, sentimento, volume, velocidade, profundidade)
  • Behavioural Signals (rotas traçadas, cliques, ligações, engajamento pós-clique)

Ou seja: O Google está avaliando as lojas como se fosse um consumidor.

Avaliações recentes, regularidade no recebimento de feedback, engajamento com o perfil, fotos enviadas pelos próprios clientes, ações a partir do Google Maps, respostas às avaliações e atualizações constantes no Google Business Profile (GBP) — tudo isso passou a valer mais do que valia no ano passado.

O Google não avalia apenas o que sua loja é, mas como ela funciona. E principalmente: o que os clientes dizem sobre a experiência que tiveram.

A mensagem é clara: Experiência virou aquisição.

O consumidor brasileiro amplifica essa mudança

O relatório da Whitespark é global, mas o mercado brasileiro deixa tudo mais intenso. Na pesquisa Decisão Local 2025, da Harmo + Reclame AQUI, vimos que:

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O Brasil é possivelmente um dos países mais sensíveis à reputação digital do mundo. Aqui, os fatores destacados pela Whitespark não são tendências, são a realidade diária do varejo.

A dinâmica é simples e implacável:

  • Quando a quantidade de avaliações positivas cresce, a nota sobe.
  • Quando a nota sobe, a reputação melhora.
  • Quando a reputação melhora, a confiança cresce.
  • Quando a confiança cresce, o fluxo aumenta.

É um ciclo de causa e efeito puxado pela recomendação do cliente.

As 4 grandes tendências reveladas pelo relatório da Whitespark

Após analisar profundamente o material, quatro movimentos estruturais ficam claros:

1. A reputação digital virou o coração do algoritmo

Para o Google, as avaliações dos usuários são o reflexo mais confiável da experiência real.
No estudo, Review Signals subiram de patamar e entraram como protagonistas tanto no Local Pack quanto no AI Search Visibility. Avaliações devem ser tratadas como estratégia de marketing e não como função do SAC.

2. Engajamento passou a ser sinônimo de relevância

O grupo de Behavioural Signals também ganhou peso. O Google dá preferência a perfis que demonstram vida:

  • posts recentes
  • fotos novas
  • informações atualizadas
  • respostas às avaliações
  • ações geradas pelo perfil

Perfis abandonados perdem terreno, e para o varejo isso é crítico: muitas redes ainda tratam o GBP como cadastro e não como canal de aquisição.

3. O website voltou a ser peça-chave

No estudo, fatores ligados ao site sobem com força:

  • Dedicated Page for Each Service (#1 em Local Organic e #2 em AI Visibility)
  • conteúdo local
  • NAP consistente
  • schema
  • relevância geográfica
  • título, headings e estrutura semântica

Para o Brasil, o alerta é ainda mais urgente: A grande maioria das redes ainda opera um “nossas lojas” genérico. E o pior: quando o cliente clica em “rotas”, é enviado para a geolocalização vazia, em vez do perfil da loja no GBP onde estão avaliações, fotos, horário, atributos e tudo que realmente converte. Um erro básico que ainda vejo acontecer todos os dias.

4. IA e sinais sociais entram definitivamente no jogo

A Whitespark adicionou pela primeira vez uma coluna de AI Search Visibility, e os resultados são reveladores. Fatores como:

  • autoridade de conteúdo
  • coerência entre múltiplas fontes
  • citações não estruturadas (jornais, blogs, gov, associações)
  • reputação em terceiros
  • presença em listas “best of”
  • atividade social local

Ganharam força como sinais de autoridade. IA não recomenda marcas inconsistentes ou desconectadas do contexto local.

O que muda na prática para quem depende do Google Meu Negócio (Google Business Profile): Interpretando os principais fatores do ranking 2026

A seguir, os pilares que mais influenciam sua posição no Local Pack, Local Organic e AI Search Visibility.

1. Google Business Profile (ex-GMB)

O GBP continua sendo o eixo central. No Local Pack/Maps, 8 dos 10 principais fatores vêm diretamente do GBP. Entre eles estão:

  • primary category
  • additional categories
  • horário sempre atualizado (Business is Open at Time of Search — #5 no ranking)
  • fotos recentes
  • posts constantes
  • descrição com semântica bem feita
  • atributos preenchidos
  • serviços e produtos
  • respostas rápidas

Se a informação é ruim, o ranqueamento será ruim. Simples assim

2. Avaliações: o fator mais poderoso

Avaliações têm impacto direto em:

  • reputação
  • conversão
  • ranqueamento
  • comportamento
  • confiança
  • percepção de qualidade
  • fluxo físico

O Google analisa:

  • recência (Review Recency)
  • frequência (Review Velocity)
  • sentimento (Sentiment Analysis)
  • texto
  • fotos dos clientes
  • profundidade
  • velocidade de resposta
  • temas recorrentes

Não estimular avaliações é abrir mão de novas vendas.

3. Engajamento comportamental

O Google valoriza:

  • rotas traçadas
  • cliques no site
  • ligações
  • mensagens
  • engajamento pós-clique (Dwell Time)
  • interações com a listagem

Esses sinais mostram se o resultado foi bom e o algoritmo promove quem gera engajamento positivo.

4. Landing Pages Locais (LLPs) bem construídas

Fatores de site ganharam destaque tanto em local orgânico quanto em AI search. Uma LLP completa deve incluir:

  • nome, endereço, telefone (NAP idêntico ao GBP)
  • horário atualizado
  • fotos reais
  • avaliações recentes
  • posts do GBP
  • botões de rota, telefone, WhatsApp
  • cardápio/catálogo quando aplicável
  • integração com Google Maps
  • conteúdo local contextualizado
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LLPs criadas pela plataforma Harmo e atualizadas automaticamente a partir do GBP – Clique aqui para acessar a do Subway.

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LLPs criadas pela plataforma Harmo e atualizadas automaticamente a partir do GBP – Clique aqui para acessar a do Bullguer.

Uma LLP bem feita reforça todos os demais sinais.

5. Consistência (NAP) – onde menos é mais

O estudo deixa claro: citações inconsistentes prejudicam o ranqueamento. Mas aqui entra uma nuance importante da nossa realidade. No exterior, Citations are back! — especialmente em AI Search Visibility, onde 3 dos 5 fatores principais são citações/menções. 

Mas isso NÃO significa sair cadastrando sua marca em 50 diretórios irrelevantes, porque o Brasil não é os EUA – lá existem centenas de diretórios super relevantes e segmentados, o que aqui não acontece. Aqui existe 1 diretório realmente relevante e ele se chama: Google Business Profile. 

Não caia na tentação de estar presente em diretórios como Yelp, Foursquare, Guia Mais ou Apontador. Você já viu alguém usando esses canais? Então pra que colocar a sua rede de lojas neles? Se você não mantiver as informações atualizadas constantemente, irá gerar inconsistência.

excesso = desatualização = inconsistência = queda no ranqueamento

A melhor prática é:

  • focar nos canais que realmente importam
  • manter tudo sempre atualizado
  • garantir coerência entre GBP, site e plataformas relevantes

Para restaurantes: Google, iFood, TripAdvisor. Para todo mundo: Google, Apple Maps, Meta, site oficial. Lembre-se, em SEO Local, menos é mais. 

6. Autoridade e coerência multiplataforma

IA e algoritmo tradicional penalizam incoerência. Se o GBP diz uma coisa, o site diz outra e as avaliações contam outra história, o Google perde confiança e rebaixa a loja. Coerência virou fator competitivo.

7. Sinais sociais como reforço de reputação

Os Social Signals voltaram com força para a matriz de fatores. Engajamento local, participação em eventos e presença ativa nas redes passaram a funcionar como reforço de reputação e popularidade — e isso influencia diretamente em qual posição sua loja aparece.

Os 5 erros mais comuns do varejo 

  1. Tratar reputação como problema, não como aquisição
  2. Tratar avaliações como atendimento, não como conversão
  3. Abandonar o GBP ou tratá-lo como uma simples “lista amarela”
  4. Manter um site genérico e desconectado da loja física
  5. Separar Marketing, SAC, CRM e Operações, quando o algoritmo centraliza tudo

O que realmente deve ser priorizado

1. Metas diárias de avaliações

Se a loja abre todo dia, deve receber avaliações todo dia.

2. Responder avaliações com rapidez e estratégia

Responda para quem vai ler — não para quem escreveu.

3. Atualizar e movimentar o GBP continuamente

Posts, fotos, descrições, atributos, horários, serviços.

4. Garantir consistência absoluta das informações

Mudou no GBP? Muda em todos os canais relevantes.

5. Criar LLPs completas e atualizadas

Conecte o GBP ao site. Faça da LLP a página oficial da loja.

O ciclo inevitável

Melhor experiência → mais e melhores avaliações → melhor ranking → mais rotas → mais visitas → mais vendas.

O Google recomenda quem atende melhor, as avaliações refletem a experiência real e o algoritmo usa essa experiência como critério de ordenação. A disputa deixou de ser só técnica, porque o fator humano entrou no centro do jogo, afinal, consumidores confiam em consumidores e o Google está amplificando essa conversa.

O futuro do SEO local não será vencido por quem entende mais de SEO. Será vencido por quem entende melhor de clientes e sabe transformar a sua experiência na loja física em sinais digitais consistentes.

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